A
partir do tema abordado nesse artigo
“METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO: DIALOGANDO NAS PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO
DA ESCRITA NA CRIANÇA E SUAS RELAÇÕES” é necessário repensar o processo de
alfabetização – letramento das crianças. Como professores é preciso refletir: A
nossa prática como professores do ensino fundamental está colaborando para desenvolvimento da alfabetização das
crianças?
METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO: DIALOGANDO
NAS PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA NA CRIANÇA E SUAS RELAÇÕES[1]
Daniele Santiago Santos[2]
Olivia
Margarete Machado Queiroz Souza[3]
Resumo:
Este artigo é consequência
de uma pesquisa de campo feita na disciplina Metodologia da Alfabetização
2012.1, turma de Pedagogia, VI semestre, na UESB. Essa pesquisa tem como
objetivo a analisar atividades desenvolvidas por três crianças de quatro anos
de idade, identificando assim, o nível de desenvolvimento da escrita das
crianças. O artigo aborda também algumas discussões nas perspectivas do
desenvolvimento da escrita na criança e suas relações, acerca do letramento,
alfabetização e escolarização e aspectos que influenciam na alfabetização,
apontando também o desenvolvimento das hipóteses elaboradas pelas crianças com
base nas reflexões de Ferreiro e Teberosky,(1995) incluindo uma análise dos
dados, resultados da pesquisa e as considerações finais.
Introdução
Foram realizadas duas visitas: a primeira com o objetivo de solicitar uma autorização para que fosse feita a pesquisa, e a segunda, foi para que com o auxílio da professora, fossem escolhidas atividades de alguns alunos para serem analisadas.
Diante
do tema abordado, existe uma necessidade de repensar alfabetização. Segundo Tfouni
(2010), a alfabetização, a escrita e o letramento não podem ser analisados de
formas separadas, elas estão relacionadas entre si, porque no processo de
alfabetização são desenvolvidas habilidades da escrita e letramento, sendo que este
envolve a prática social da leitura.
Para
iniciarmos a discussão, é importante fazer algumas reflexões voltadas para o
surgimento da escrita e o objetivo da escrita em diferentes sociedades e
contextos históricos. Em muitas sociedades, saber ler e escrever fazia parte de
uma relação de poder, dominação, alienação e subserviência dentre outras formas
que oprimem uma determinada classe social, já em outros momentos, a escrita
contribuiu para o avanço das ciências. As práticas da escrita variam de acordo
a época e a sociedade, pois cada uma possui suas especificidades. O processo
cultural também interfere na escrita, que está diretamente interligado. Quanto
mais a sociedade desenvolve a escrita, também passa a se desenvolver, incidindo
assim, por um processo cultural para nos aproximarmos da escrita que existe
hoje.
Metodologia da Alfabetização: Dialogando
nas perspectivas do desenvolvimento da escrita na criança e suas relações
Diante
do tema proposto no artigo, é de fundamental importância abordarmos discussões
acerca do letramento, alfabetização, escolarização dentre outros aspectos que
influenciam na alfabetização e o desenvolvimento das hipóteses elaboradas pelas
crianças.
Uma breve discussão
acerca do letramento, alfabetização e escolarização
O
letramento, a alfabetização, a escolarização e a educação estão
inter-relacionados, ou seja, bem próximos um dos outros, apesar de terem
significados diferenciados. Neste sentido é importante compreender o letramento
de ensinar que são os objetivos e as práticas e a introdução do ensinar no
contexto escolar, o letramento ensinado que é repensar as práticas no
componente curricular abrangendo tudo que acontece no desenvolvimento da aula e
do letramento adquirido, que são os conhecimentos que a criança conseguiu
aprender durante as aulas e que vai levar para toda vida. Existe o letramento
escolar que acontece dentro do espaço escolar e o não escolar que é construído
nas relações sociais. Essas são algumas relações que podemos fazer da
perspectiva do letramento e da educação.
Tfouni
(2010) apresenta duas concepções de alfabetização. A primeira é um conceito muito simples
relacionado só com o processo de aquisição individual, com uma definição seca e
mecânica, separando alfabetização da escolarização, onde na verdade esses
processos não podem ser separados, pois alfabetizar é algo mais pontual, já a
escolarização é um processo continuo, é o avanço após o desenvolvimento das
habilidades de leitura e escrita, por isso, eles não devem ser vistos de forma
separada. Nesse sentido não devemos nos preocupar com os conceitos de
alfabetização, mas com os problemas da alfabetização nas escolas, para então
refletirmos sobre possibilidades de mudança. O segundo conceito mostra a ideia
de alfabetizar como processo de representação, onde o individuo passa por
estágios de representação da escrita. Ambos conceitos esquecem as práticas
sociais que envolvem a alfabetização, pois alfabetizar engloba várias
habilidades e áreas do conhecimento. De fato, alfabetização é a aquisição da
leitura e da escrita e a compreensão do código escrito.
O sentido de letramento explicado por
Tfouni (2010) é que o letramento estuda o que ocorre na sociedade saindo da
perspectiva individual para a coletiva, ele se preocupa com o contexto
histórico que a criança está envolvida e não só com o processo de
alfabetização. O letramento inclui as pessoas que lêem, as que escrevem e as
que não escrevem e as que não lêem, na alfabetização são considerados
“analfabetos” porque não desenvolveram habilidades de leitura e escrita. No
letramento as pessoas são letradas independentes do seu grau de escolarização,
neste sentido se desconstrói a ideia de que quem não é alfabetizado não pensa,
porque na realidade eles podem ser autores do seu próprio discurso, que pode
ser da forma escrita ou oral. Tfouni (2010) apresenta nas suas discussões
exemplos de pessoas com nível superior que não conseguem serem autores do
próprio discurso comparando com pessoas que não tem o nível de escolarização
elevada e consegue ser autores do seu discurso, tudo isso porque elas se
comunicam e intervém na sociedade, tem um convívio social, assim, não existe o
termo “iletrado”, com um letramento zero e sim níveis de letramento. O
letramento vai muito além da alfabetização, da decodificação de letras, sendo
na realidade uma compreensão do que está escrito, dando outro significado
social à palavra que o individuo escreveu no processo de aquisição.
A
escola só pensa na leitura e escrita esquecendo-se do social. Sendo assim, para
processo de letramento, a escola deve proporcionar ao aluno condições para as
práticas sociais de leitura, no sentido de entender o social. Quanto mais rico
o lugar de informações, conseqüentemente maior será o desenvolvimento da
criança. No entanto, passamos de um processo de alfabetização para o de letramento
no sentido de que o conceito de letramento é mais completo numa forma mais
plural, sendo o processo que fecha os ciclos da alfabetização. Através do
letramento, o individuo pode usar o seu discurso para modificar sua realidade e
tornar-se consciente das coisas que acontecem ao seu redor, se posicionando
criticamente diante dos problemas, buscando possibilidades de transformação
social.
Aspectos que influenciam na
alfabetização
Não
podemos deixar de mencionar o interacionismo, como por exemplo, a interação do brinquedo
para o desenvolvimento da escrita, porque em qualquer jogo há sempre uma
situação imaginaria,
De
acordo com os teóricos de corrente histórico- cultural, o jogo é a atividade
principal da criança pré-escolar, ou seja, é o mediador por excelência das
principais transformações que definem seu desenvolvimento. Fundamentar a
educação infantil na ludicidade significa um saber-fazer reflexivo para que o
jogo seja constituinte de zonas de desenvolvimento proximal. Independentemente
de resultados, o interesse pela brincadeira mantém-se pelo processo de brincar,
o que não significa a existência de um novo objetivo. O jogo tem por objetivo
exercitar e desenvolver “todas as forças reais e embrionárias que nele existem”.
(VYGOTSKY, 1996, p.79)
A
função simbólica da criança e relaciona com o significado que a criança dá ao
brinquedo na forma como ela atribui sentido às coisas, neste sentido a criança
se preocupa mais com o símbolo do que como natural. É através da linguagem
falada que a escrita vai desenvolver, no
brincar a criança cria situações, por isso, é importante o estimulo da criança
para desenho. Sendo assim, cabe à Pedagogia desenvolver atividades que
proporcione o desenvolvimento da escrita, com práticas pedagógicas onde o
mediador devera provocar experiências para as crianças com o ambiente rico e
vivo, para que possam trabalhar com o imaginário. Essas práticas devem estar
inseridas no contexto social da criança, ou seja, os símbolos devem estar
inseridos no mundo dela, para que ocorra uma aprendizagem significativa, envolvendo
a ludicidade.
Antes
de entrar na escola a criança já traz consigo as habilidades da escrita, mas
essa escrita que é representada não é instrumentada, ela serve para que a
criança possa organizar o seu mundo, mesmo que o adulto não compreenda o que a
criança escreveu, ela entende o que está escrito. A criança brinca quando
escreve, sendo assim os interacionistas como Vygotsky (1996)
explicam que, para que a criança aprenda é preciso de motivação assim, entendemos que a
motivação é importante para despertar e intensificar o desejo de aprender e
levar o indivíduo à ação. Ela compõe a energia vital para o exercício de
atividades, ou seja, é o interesse e a vontade que funcionam como
impulsores da conduta humana. Nesse sentido:
[...] Sabendo-se que para aprender é necessário
agir e, por outro lado, que a atividade se inicia graças à atuação de um ou
vários motivos, conclui-se que a educação não pode prescindir da motivação.
(CAMPOS, 1987, p.108)
Os
símbolos devem ser comuns ao seu cotidiano para que a criança sinta interesse
de escrever. É importante que o professor das séries iniciais compreenda o processo
de escrita da criança, para que ele possa contribuir de maneira significativa
para um bom desenvolvimento da escrita.
Desenvolvimento das hipóteses
elaboradas pelas crianças
A
partir das análises das atividades observamos que as crianças trazem as
hipóteses que usam para ler e escrever. Na leitura sem imagem,segundo (FERREIRO
E TEBEROSKY,1985,) a criança precisa entender o sentido da palavra para
compreender o texto, a entonação de voz influencia na forma de como a criança
vai entender a frase. Na leitura sem imagem cria-se hipótese para a leitura no
processo de dedução e decifrado. É importante nesse processo de desenvolvimento
a utilização das letras de impressa porque a criança já desenha, sendo assim,
fica mais fácil o desenho da letra, já a letra cursiva não acontece o mesmo,
porque já é desenhada.
A
criança no início do desenvolvimento não considera as palavras com menos de
três caracteres, nem os artigos. Na hora da leitura é importante que o professor
indique a direção de onde está começando e terminando a frase. A entonação vai
ajudar a criança criar hipótese, é a partir da sua maturação que ela vai
desenvolver a identificação das palavras sem imagens.
Já
nas leituras com imagem baseados nas pesquisas de Ferreiro e Teberosky (1985),
elas abordam o processo de desenvolvimento da criança. Essa pesquisa foi desenvolvida
com o objetivo de descobrir quais são as hipóteses das crianças em relação à
escrita quando esta vem acompanhada de uma imagem, assim, “a escrita também é
um objeto simbólico, é um substituto (significante) que representa algo.
Desenho e escrita substitutos materiais de algo evocado, são manifestações posteriores
da função semiótica mais gerais. No entanto diferem”. [...] (FERREIRO E TEBEROSKY.
1985, p, 64). A comprovação das pesquisas traz o que as crianças esperam encontrar no texto, o nome
do objeto. Analisando as hipóteses das crianças na leitura do texto com imagem,
no primeiro momento, texto e desenho, para criança, formam uma só unidade,
depois o texto representa a etiquetagem, ou seja, o nome do desenho. Um dos
primeiros índices de referência do texto acontece quando a criança pega o livro
por imitação, [...]
“a influência do fator social está em relação direta com o contato com objeto
cultural “escrita”. É evidente que a presença de livros, escritores e leitores
é maior na classe média do que na classe baixa. ”[...]
(FERREIRO
E TEBEROSKY.1985, p, 96).
É
preciso que a criança tenha exemplos dos quais ela possa imitar, ou que tenha
lido histórias para ela. Neste sentido as metodologias usadas nas aulas devem
se apropriar de imagens que fazem parte do cotidiano da criança, facilitando a
identificação dos desenhos, conseqüentemente isto resulta em um bom
desenvolvimento.
A
partir das análises das atividades destacadas, é importante fazer uma reflexão
da pesquisa desenvolvida por Ferreiro e Teberosky (1985), pois esta representa
as hipóteses das crianças relacionadas com as diferenças e as relações que a
criança faz perante o reconhecimento das letras, dos números e sinais de
pontuação no desenvolvimento da escrita. No primeiro momento as crianças
confundem os números com letras, depois ocorre uma distinção entre elas e por
último a reintrodução do conflito. As primeiras tentativas de escrita das
crianças, onde estas diferenciam das tentativas em desenhar de duas formas:
traços ondulados contínuos, que retratam a continuidade da letra manuscrita, ou
de uma série de pequenos círculos e linhas verticais que representam a
descontinuidade da letra de imprensa. Neste sentido os materiais utilizados nas
aulas e as metodologias, farão a diferença no aprendizado, pois quanto maior
for à interação, melhor o desenvolvimento do abstrato para o concreto na
criança, contribuindo para uma boa evolução da escrita na criança.
Ferreiro
e Teberosky (1985) explicam cinco níveis sucessivos de evolução da escrita da
criança,estes níveis são resultados de uma pesquisa que as autoras fizeram com
crianças dos 4 a 6 de idade.
No
nível um, o pré-silábico, a criança usa o desenho, as garatujas para
representar as letras, ela não domina a escrita. A criança reproduz os traços
típicos da escrita que são identificados como forma básica. Neste nível a
compreensão da escrita não está relacionada com as diferenças objetivas do
resultado, visto que as escritas são semelhantes umas das outras, mas com a
intenção de quem escreve. Sendo que a partir dessa análise, somente a própria
criança consegue interpretar a sua escrita.
O
nível dois, o pré-silábico, ocorre o abandono do desenho para as letras, a
criança começa atribuir o grafismo para mostrar as letras. Esse nivel é
caracterizado através da atribuição de significados diferentes das escritas, as
grafias são cada vez mais próximas às letras e segue-se com ideia de que é
necessário uma quantidade mínima de grafismos variados para escrever algo. Em
algumas crianças a disponibilidade de formas gráficas é ainda limitada e a
única maneira para responder a todas as exigências que a escrita lhe coloca, é
mudar a posição dos mesmos na ordem linear. Assim, passam a usar as mesmas
letras, que fazem parte do seu conhecimento, variando as posições e os tamanhos
para dizer coisas diferentes. Descobrir que duas ordens diferentes dos mesmos
elementos resultam em duas totalidades diferentes, é uma aquisição cognitiva
notável.
O
nível três o silábico a criança dá valor sonoro às letras, ela distribui as
letras de acordo a quantidade de som, ou seja, entende a palavra a partir do
som e atribui uma letra para cada som, geralmente ela escreve as letras que já
conhece. Nesse estágio ainda, só a criança entende o que ela escreveu. Se caractetriza
através da tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõem a
escrita. A partir dessa tentativa a criança passa por um período evolutivo
importante que é a hipótese silábica, em que cada letra ou grafia representada
vale pelo som de uma sílaba do nome. Ao usar a hipótese silábica, duas das
características da escrita anterior tendem a desaparecer por um tempo: as
exigências de variedade e quantidade mínima de caracteres. A hipótese silábica
é uma construção que a criança faz e que pode existir ao mesmo tempo com formas
estáveis aprendidas como um todo. Porém,
quando se trata de uma frase, é importante destacar que cada letra a criança relaciona às palavras
que a compõe e não às sílabas.
No
nível quatro, denominado hipótese silábico-alfabético, as pessoas entendem o
que a criança escreveu, neste sentido ela deve ser estimulada para mudar os
níveis. Esse nivel é
descrito atravésdas divergências que resulta da mudança da hipótese silábica
para a alfabética. Até então, a criança havia construído dois conceitos que
insiste em não desprezar: que é necessário certo número de letras para que algo
possa ser lido e que cada letra representa uma das sílabas que compõem o nome.
Pela divergência que encontra entre a hipótese silábica e a exigência da
quantidade mínima de grafias e entre as formas gráficas que o meio lhe propõe e
a leitura dessas formas em termos de hipótese silábica, a criança sente
dificuldades em sistematizar as variadas hipóteses que foi construindo, e por
isso, ela começa a sentir necessidade de avançar. A escolha das letras para
representar os sons das palavras que ouve, passa a ser significativa e a
escrita inicial não é mais só uma representação da sílaba, apesar de não
conseguirem representar todos os sons da palavra. É assim que a criança passa
para o nível seguinte.
Por
fim o nível cinco que é o alfabético
é o final da evolução, a criança está alfabetizada, mas não domina as questões
ortográficas, este estágio é um coroamento dos níveis. É nesse
nível, onde a criança já compreende que a cada grafema corresponde a um fonema,
mesmo que não saiba como esse grafema se desenha. A partir dessa fase a criança
se confrontará somente com as dificuldades próprias da ortografia. E nas
grafias que correspondem a vários valores sonoros ou nas distintas grafias que
correspondem a um mesmo valor sonoro. É importante que o professor entenda de
que ao atingir a escrita alfabética, a criança já superou muitas dificuldades e
que a questão da ortografia, não é propriamente problema da escrita.
Análise dos dados
Diante desse planejamento da
pesquisa realizamos análises acerca da evolução da escrita na criança tendo
como referência a pesquisa desenvolvida por Ferreiro e Teberosky (1985). A
partir dos exemplos citados abaixo, podemos observar as fases do
desenvolvimento das crianças.
Na primeira atividade desenvolvida, o objetivo
da professora foi trabalhar conversas informais, apresentação dos números e quantidades,
abrangendo os eixos da Linguagem oral, escrita, conhecimento social e o numeral
1, com as seguintes estratégias: depois de conversar sobre o projeto ela propôs
trabalhar com eles os números, com uma corrida dos números e em seguida as
crianças iriam escrever o que foi mais importante.
A
criança N (4 anos[4])
desenhou aleatoriamente e incluiu a primeira letra de seu nome,este desenho foi
construído a partir da conversa informal. A professora atribuiu nomes ao
desenho porque nesse nível, o pré-silábico, ele tem uma intenção de escrita.
Já
a criança F(4 anos), escreve as letras do seu nome,esquecendo-se da consoante “L”,
neste sentido ela tenta dar um valor sonoro a cada letra do seu nome, característica
do momento silábico do desenvolvimento. (Anexo 2, nível3).
O
aluno R (4 anos),consegue alcançar a proposta da professora escrevendo o
numeral, apresentando também desenhos relacionados à conversa informal. Sendo assim o desenho é
limitado, por isso ele muda de posição e tamanhos da escrita para cumprir o
objetivo proposto. ( nível 2).
A
segunda atividade tinha como objetivo favorecer a construção de conhecimento
sobre o tema do projeto. Os eixos abordados foram linguagem oral, conhecimento
social. E os conteúdos: leitura de imagens, conversas informais, leituras dos
livros sobre animais, produção livre de desenho e escrita. O procedimento usado
na aula envolveu o acolhimento das crianças com uma música com o tema sobre os
animais. A atividade pedagógica desenvolvidas incluiu a conversa informal e
rodinhas de músicas, logo em seguida as crianças foram levadas para a área
externa a fim de participarem do piquenique e fazerem atividades de escrita, que
se dividiam em atividade externa: parque, e atividade motora: brincar.
A
criança R (4 anos),fez um desenho livre que representa o cotidiano dele, e
reconta a historia através do desenho, características estas que são
identificados como forma básica da escrita no pré-silábico. (Ver anexo 4, nível
1, ).
O
aluno N (4 anos), reconta a história através de desenho trazendo elementos do
seu cotidiano.Podemos observar
queas grafias são cada vez mais próximas às letras e segue-se com ideia de que
é necessária uma quantidade mínima de grafismos variados para escrever algo.
A criança F (4 anos) escreve algumas
letras do alfabeto e também escreve as letras iniciais do seu nome e dos seus
colegas, atribuindo características diferentes para as escritas.Criança F (4 anos),
nível 3.
A terceira atividade
traz como objetivo, a construção de fazer um cartaz com algumas imagens da
natureza. Os eixos da área trabalhados foram linguagem oral e conhecimento
social e os conteúdos se definem em leitura de imagens e conversas informais. O
procedimento usado nessa atividade foi à construção de um cartaz. As atividades
proporcionadas foram conversa informal, rodinhas de músicas, logo em seguida as
crianças sentaram-se no chão para construírem um cartaz que traduzia tudo que foi
exposto e o novo conhecimento que foi construído durante a semana incluindo atividade
de escrita. Estas atividades se subdividem em atividade externa: parque, e atividade
motora: brincar.
A
criança N (4 anos) escreve corretamente as letras do seu nome e é interessante
que ela consegue escrever o nome do seu colega R, atribuindo assim, valor
sonoro as letras, não só a letra inicial do próprio nome, mas também a do
colega. Faz ainda alguns desenhos provavelmente relacionados com o ambiente da
creche.
O
aluno R (4 anos), consegue escrever as letras do seu nome, atribuindo
sonoridade as letras. Assim, percebemos que através dessa escrita o aluno demonstra
o surgimento da hipótese silábica.
A
criança F (4 anos), também já consegue escrever nitidamente seu nome,
atribuindo valor sonoro às letras, os rabiscos apresentados mostram que a
criança perdeu o interesse pela atividade e começa atribuir alguns rabiscos.
Essa escrita demonstra claramente o surgimento da hipótese silábica.
Considerações
Finais
A
partir das análises, observamos que as crianças estão em diferentes fases e que
desenvolvem diferentes hipóteses independentes do nível em que se encontram. Os
alunos nas primeiras e segundas atividades oscilam de níveis, já nas terceiras
atividades elas estão no mesmo nível, o silábico. Nas análises das atividades
conseguimos unir teoria e prática e compreender melhor esses estágios.
Podemos
concluir com o trabalho desenvolvido que ao observamos na prática as hipóteses
elaboradas pelas crianças, percebemos que na medida em que a criança se
desenvolve as hipóteses também vão se desenvolvendo. Diante disso, podemos
confirmar a pesquisa e a teoria desenvolvida por Emília Ferreiro e Ana
Taberosky. A pesquisa e as outras bibliografias estudadas nos possibilitaram
ter uma grande compreensão do desenvolvimento da criança, além de ser de grande
relevância para a prática pedagógica. É importante destacar também que nesse
processo de desenvolvimento, é preciso que o professor entenda as fases
evolutivas de leitura e escrita da criança, para que possa fazer as
intervenções necessárias, criando assim, meios para que elas desenvolvam suas
habilidades, possibilitando uma aprendizagem significativa.
8 Referências
CAMPOS,
Dinah Martins de Souza. Psicologia da
aprendizagem. Petrópolis: Vozes,
1987.
FERREIRO,
Emília; TABEROSK, Ana. A Psicogênese de
Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas 1985.
TFOUNI,
Leda Verdiani. In: Escrita,alfabetização
e letramento. Letramento e Alfabetização. 9. ed.São Paulo:Cortez,2010.
VALSINER,
J.; VAN DER VEER, R.Vygotsky,L. Uma
Síntese. São Paulo: Loyola, 1996.
[1]Pesquisa de campo orientada pelo
professor Alfrâncio Ferreira Dias, ministrante da disciplina Metodologia da
Alfabetização 2012.1, turma de Pedagogia, VI semestre, na Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia.
[2]Graduanda
do VII semestre de Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -
UESB – Departamento de Ciências Humanas e Letras – DCHL e bolsistas do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/UESB, campus de Jequié –
BA, email: danisantiago.s@hotmail.com.
3 Graduanda de
Pedagogia de Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- oliviavip@hotmail.com
[4]Nesta pesquisa foram
utilizadas as letras iniciais dos nomes das crianças, a fim de manter o
anonimato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário